Primeiro, impõem o padrão da magreza junto a uma crescente preocupação com a imagem e com a estética. Depois, aparecem mulheres que, de repente, se tornaram ícones das gordinhas e que se diziam gostosas e satisfeitas com o seu próprio peso.
Preta Gil e Gaby Amarantos, símbolos plus size, fizeram com que as pessoas que não se encaixam no padrão de beleza da mídia finalmente descobrissem que não podem se esconder do mundo por não usarem o manequim 38. Elas deram uma dose a mais de autoconfiança pra quem liga a TV e se depara com imagens de corpos perfeitos através dos mais variados formatos de programas, sejam das grandes emissoras ou das TVs regionais.
Aí, eu me pergunto: Qual a razão dessas mulheres que até pouco tempo se gloriavam pelo corpo que tinham estarem agora em busca pela medida certa? Onde estaria o erro? Nas celebridades que, mesmo com os dizeres de que se deve ter autoestima independente da aparência, se sujeitam a participar de um quadro no Fantástico da rede Globo, ou no próprio programa? Estariam mesmo em busca da saúde ou do Ibope?
Haveria necessidade de buscarem quem está em evidência na mídia? E a fila enorme do SUS? Como se sentem as pessoas que há anos aguardam um tratamento, pessoas que sofrem com a obesidade? Qual a sensação ao ver o “Fenômeno”, que tanto lutou para perder as medidas, recuperá-las um tempo depois do término de sua participação no quadro? Isso não é brincar com a “cara” do povo?
Quantas e quantas pessoas que estão esquecidas pelo mundo não gostariam de participar do quadro Medida Certa? Afinal, essas pessoas mal possuem dinheiro para comprar as frutas necessárias para sua reeducação alimentar, enquanto uma dessas tais “celebridades” que citei se presta a tirar férias em Ibiza para desfrutar dos milhões que constam em sua conta bancária.
Isso é Fantástico?
Josilene de Jesus Silva
Estudante de Jornalismo
Ribeirão Preto/SP
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