Outro dia, ouvi de um amigo que trabalha num veículo de comunicação de Ribeirão Preto: "Faz tempo que as empresas deixaram de fazer jornalismo. Imprensa na região virou exclusivamente negócio". Engraçado é que, quando trabalhávamos juntos, pouco tempo atrás, esse mesmo amigo desfilava, ainda, um pouco de idealismo. Tinha esperança de que as coisas iriam melhorar.
Quando ouvi a frase, curta mas reveladora, me lembrei de uma ocasião em que, ao comunicar que iria mudar de emprego, fui chamado de “traíra” por uma pessoa de chefia, simplesmente porque estava buscando melhorar minha situação profissionalmente. E existem muitos casos assim na mídia regional. Os patrões procuram nivelar os profissionais por baixo, transformando o piso salarial em teto e obrigando os jornalistas a se contentar com o que têm.
Nas grandes metrópoles, geralmente, se um profissional se destaca, recebe convites, propostas de salários melhores e é convidado a mudar de veículo e de função. Na região, os donos de mídia se conversam, trocam ideias amigavelmente, são concorrentes apenas na teoria e confabulam para manter padrões parecidos na maioria dos veículos. Os profissionais ficam de mãos e pés atados. Quando mudam de serviço, praticamente trocam seis por meia dúzia, ou, em casos raros, quando recebem propostas mais animadoras, são considerados “traíras”. O resultado são notícias parecidas em diversos jornais e telejornais, falta de criatividade e pouco estímulo para reverter o processo de estagnação que faz amigos, como esse meu, terem a impressão, não falsa, de que imprensa e negócio viraram sinônimos.
Quando ouvi a frase, curta mas reveladora, me lembrei de uma ocasião em que, ao comunicar que iria mudar de emprego, fui chamado de “traíra” por uma pessoa de chefia, simplesmente porque estava buscando melhorar minha situação profissionalmente. E existem muitos casos assim na mídia regional. Os patrões procuram nivelar os profissionais por baixo, transformando o piso salarial em teto e obrigando os jornalistas a se contentar com o que têm.
Nas grandes metrópoles, geralmente, se um profissional se destaca, recebe convites, propostas de salários melhores e é convidado a mudar de veículo e de função. Na região, os donos de mídia se conversam, trocam ideias amigavelmente, são concorrentes apenas na teoria e confabulam para manter padrões parecidos na maioria dos veículos. Os profissionais ficam de mãos e pés atados. Quando mudam de serviço, praticamente trocam seis por meia dúzia, ou, em casos raros, quando recebem propostas mais animadoras, são considerados “traíras”. O resultado são notícias parecidas em diversos jornais e telejornais, falta de criatividade e pouco estímulo para reverter o processo de estagnação que faz amigos, como esse meu, terem a impressão, não falsa, de que imprensa e negócio viraram sinônimos.
Igor Savenhago
Jornalista e professor universitário
Ribeirão Preto/SP
Jornalista e professor universitário
Ribeirão Preto/SP
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