sexta-feira, 15 de abril de 2011

Uma pergunta e duas visões

          Será possível, um dia, o jornal impresso entrar em extinção? Essa é uma dúvida recorrente, para a qual o convido a refletir um pouco.
         
          Seguem dois pensamentos de personagens distintos:

          (1°) "Aqui está, na capa, como prometido. Fiquei ótimo na foto. Os negócios vão bem melhor do que eu esperava. Manda a secretária ligar no jornal. Temos que negociar a próxima edição."
         
          (2°) "Como posso gastar meu dinheiro ganhado com tanto esforço pra comprar esse jornal, que não tem notícia nenhuma que me interessa?"
         
          A primeira versão poderia ter sido dita por um grande empresário, um político ou outra pessoa influente da cidade, cujo motivo pode ser o “rabo preso”, favores ou uma boa quantia em dinheiro que faz do jornal local sua massa de modelar, do jeito que melhor lhe convém.

          Já a segunda nos traz a versão de um trabalhador, um cidadão que tenta ser atuante na sociedade em que vive, mas não vê um retorno do que era pra ser uma das missões da imprensa regional: dar voz para quem não tem voz.

          Pois bem. É com essa rotina que nos deparamos em alguns (para não falar maioria) dos jornais regionais, em que o que realmente deveria ser notícia não entra em pauta. A exemplo desse segundo personagem, os cidadãos querem notícias do seu dia a dia, jornal de verdade, mas, como não fazem parte do mercado consumidor, são desprezados, transformando o meio de comunicação em uma coluna social da elite.

          A respeito da pergunta do início, respondo: se as coisas continuarem indo como estão, o jornal será uma instituição falida em conteúdo de qualidade. E isso também provoca extinção.

Cléo Soares
Estudante de Jornalismo
Ribeirão Preto/SP

Um comentário:

  1. Ai Cléo.. espero que não acabe... ainda quero trabalhar em um Jornal Impresso!!
    Beijos

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