Sâmara Azevedo, com seu livro, "Violência na Escola: o desafio
de enfrentar o bullying e reconstruir a paz"
Foto: Arquivo pessoal
Falar sobre violência nas escolas não é algo muito confortável para vítimas da fúria de um agressor. Tampouco para os que cometem um crime, sujeitos à revolta de uma sociedade inconformada.
Mas se, para os diretamente envolvidos, é difícil falar, para os jornalistas não pode ser. A eles, cabe despertar quem se cala para que a discussão aconteça. Precisam persistir, marcar presença, saber usar as palavras para que o assunto venha à tona, para que o silêncio ganhe uma voz de coragem, para que o medo diante das tragédias se transforme em audácia na hora de expor as causas e consequências do problema.
Tive a honra e o prazer de acompanhar este trabalho, como orientador. E Sâmara Azevedo topou o desafio de tratar um tema delicado com a determinação e o envolvimento que se espera de uma jornalista. O resultado não é um manual sobre como enfrentar o bullying. E nem tem a intenção de ser, até porque a função de um profissional da imprensa não é apresentar soluções, mas provocar para que a própria sociedade encontre seus caminhos.
Enfim, Sâmara busca colocar o leitor na situação de vítimas e agressores, fora da zona de conforto, para que se possa refletir sobre a relação com o outro e como torná-la harmônica. Um processo que é longo, mas que precisa acontecer. Caso contrário, pode morrer, como as nossas crianças nas escolas.
Igor Savenhago
Jornalista e professor universitário
Ribeirão Preto e Pontal/SP
Nenhum comentário:
Postar um comentário