“A voz do povo é a voz de Deus”

          “Brasil, o país do futebol”. É a frase que tem representado nossa nação há anos, dentro e fora do país.

          Para alguns, é motivo de orgulho e, para outros, não passa de motivo para indignação, pois nosso país vai além de uma fábrica de craques, uma linha de produção em massa de meninos bons de bola e torcedores fanáticos.

          O gigante acordou e com força, revolta, garra e sede de mudança, o que tem gerado protestos em cima de protestos, todos protagonizados por cidadãos em busca de um fim para tanta corrupção, omissão e falta de firmeza por parte da justiça na hora de punir os culpados.

          O que tudo isso tem a ver com a Copa do Mundo de 2014? Pois bem, tem tudo a ver, pois o fato dessa onda de protestos ter estourado justamente nas vésperas do evento mais aguardado dos últimos tempos no Brasil nos leva a perceber e sentir que a população foi diretamente violada. “Ahhhh! O governo tem dinheiro para investir em estádios de futebol, dentro dos padrões FIFA? Mas os postos de saúde, hospitais, escolas, creches e a segurança pública estão um caos!”. Por isso, surgem os protestos.

          Infelizmente, grupos de manifestantes aplicando uma energia de forma errada e nociva à sociedade, promovendo uma selvageria, como no caso dos “black blocks”, fazem com que muitos movimentos pacíficos e com intenções de melhoria nas condições de vida deixem de existir.

          Como isso nos afeta? Diretamente, pois quando ligamos a TV e acompanhamos notícias sobre protestos, em que se veem professores lutando por melhores salários, trabalhadores reivindicando seus direitos e contestando a qualidade do transporte público, é como se nós, cada um de nós, estivesse ali junto daquelas pessoas, gritando por dignidade e justiça.

          Uma boa parcela da população não concorda com a realização de um evento de tal porte no país, como a Copa do Mundo. Se tanta gente não concorda, me vem à cabeça aquela velha e boa frase: “A voz do povo é a voz de Deus”.

          Se essa voz se calar, a dos “poderosos” tende a aumentar.

Karen Fabiane da Conceição

Estudante de Jornalismo

Ribeirão Preto/SP