Torre de TV em Brasília. Foto: Alves Joana
Disponível em: olhares.uol.com.br
Quando Dom Pedro I assumiu o Primeiro Reinado, logo na primeira Constituição de nosso país, criou o Poder Moderador, algo que como a jabuticaba, só tem no Brasil.
O que seria o Poder Moderador? Era o quarto poder, que poderia intervir em qualquer decisão dos outros três poderes - Executivo, Legislativo e Judiciário. Quem assumiu este posto foi o próprio monarca.
Hoje, obviamente, não há mais isso. Porém, o jornalismo poderia requisitar o cargo. Em 2011, houve várias quedas de ministros: Casa Civil, Agricultura, Turismo, Transportes, Esportes e do Trabalho. Todos após denúncias e investigações feitas por jornais. Um poder de apuração que os outros poderes não têm.
Em 1992, o início do processo de impeachment de Fernando Collor aconteceu após acusações feitas pelo irmão do próprio presidente, Pedro Collor, à revista Veja. E dá para perceber que Collor, hoje senador, tem profundo descontentamento com essa revista. Basta assistir alguma sessão da CPI do Cachoeira, e ver quando o político pedir a palavra. Ele vai citar o nome de Policarpo Júnior, jornalista da Veja, que estaria envolvido no escândalo.
Mas o jornalismo consegue se depreciar quando se faz de vendido, como citou Igor Savenhago no seu post de 18 de junho. Ele é banalizado, e quem o banaliza também faz isso com a sociedade. Ao invés de fazer seu papel, serve de instrumento dos outros poderes. Um mero instrumento.
É ruim para a profissão ter pseudopolíticos se fazerem de pseudojornalistas. É péssimo ter comércio na hora de informar. É triste esconder o que todos precisam ver. Nenhum veículo da região investiga nossos representantes. Sempre os mesmos problemas e a mesma forma de cobrança. Porém, os problemas continuam. Algo está errado.
O jornalismo é uma das instituições em que as pessoas mais confiam. Não pode perder esse prestigio. E também não pode ficar acanhado. Ele deve mostrar a realidade.
Leonardo Oliveira dos Santos
Estudante de Jornalismo
Ribeirão Preto/SP
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