terça-feira, 21 de abril de 2015

Que deselegante!

          Na última semana, o Jornal A Cidade de Ribeirão Preto, no caderno de Cultura, noticiou que um filme curta-metragem produzido e dirigido pela dupla de irmãos gêmeos André e Marcos de Castro foi selecionado para ser exibido no Festival Internacional de Cinema de Cannes, na França.

          A seleção foi comemorada por pessoas ligadas a sétima arte próximas aos irmãos. Mas o jornalista, e também agitador cinematográfico em Ribeirão Preto, Alexandre Carlomagno, publicou em uma coluna digital no site Varal Diverso (http://goo.gl/k2iO3d) o que realmente se passou.

          Na realidade, o curta dos irmãos Castro foi incluído no acervo da Biblioteca Digital do festival, disponível para que os frequentadores do festival, que acontece em maio, possam assistir pelo computador a película, e não será exibido em qualquer sessão do evento, que reúne artistas e especialistas da indústria cinematográfica do planeta inteiro.

          O texto escrito, que traz a história à tona, foi concebido de maneira grossa, e de certa maneira deselegante, já que acumula xingamentos aos idealizadores do projeto e ao veículo que divulgou a notícia, de maneira mal apurada.

          Embora tenha um valor jornalístico, afinal estamos aqui para falar a verdade e não vender produtos, Carlomagno errou a mão em ofender os envolvidos na história. Isso desencadeou um bate-boca constrangedor no Facebook entre os irmãos e o jornalista.

          O jornalista do A Cidade que escreveu o texto, Régis Martins, o qual eu conheço e dou valor pelo trabalho de divulgar a cultura em Ribeirão Preto, deveria sim se dar ao trabalho de tirar mais da pauta que estava nas mãos, da mesma forma que o jornal em que trabalha, mas não deve ser chamado de “infeliz”, de maneira ofensiva, como ocorreu no artigo de Alexandre.

          A “denúncia” do que realmente se passou com o filme acabou ultrapassando o limite da peça noticiosa e se tornou um panfleto de manifestação de qualquer desavença passada que tenha ocorrida entre os rapazes que trabalham com cinema na região.

          Os irmãos Castro fizeram um grande trabalho na preservação do Estúdio Kaiser de cinema para a prática audiovisual em outras épocas, assim como Carlomagno já realizou obras interessantes, como a websérie, que ainda aguarda financiamento para ser concluída, sobre os textos de R.F. Luchetti.

          No final das contas, a confusão acabou servindo mais para mostrar as desavenças entre o acusador e os acusados e como a classe artística na cidade anda desunida, e por isso pode-se notar um dos motivos de não sair do lugar, do que a mera exposição de uma barriga jornalística. Os egos ficaram maiores do que o assunto.

          O que é totalmente desnecessário e insalubre. Ninguém precisa saber o que se passa entre os rapazes, se são divergentes, amigos ou seja lá o que for. As pessoas precisam saber o que é produzido de cinema em Ribeirão Preto, para que desta forma mais e mais filmes de qualidade saiam daqui e possam fazer parte de Cannes sem polêmicas.

Leonardo Roark
Estudante de jornalismo em Ribeirão Preto e blogueiro da Revista Revide.
(http://www.revide.com.br/blog/leonardo-roark/)

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