sábado, 21 de julho de 2012

Uma TV pública longe daqui

          Depois de alguns dias assistindo ao Repórter Brasil, telejornal da TV BRASIL, percebi que nossa região, nordeste do Estado de São Paulo, é um pouco esquecida. No noticiário, encontram-se matérias produzidas por todo país, mesmo notando que há certo privilégio ao eixo Brasília (óbvio), Belo Horizonte e Rio de Janeiro, onde ficam os estúdios da emissora, comandada pela EBC (Empresa Brasileira de Comunicação), portanto, estatal.

          Conversando com pessoas ligadas à STZTV, afiliada da emissora em Sertãozinho, descobri que realmente aqui é pouco acionado para reportagens, mesmo com a importância econômica, e até a Thathi TV, afiliada em Ribeirão Preto, dificilmente se mostra para o resto do país.

          Tudo bem, a TV BRASIL busca fazer a integração de suas afiliadas e seria impossível mostrar todas com certa frequência. E outra, no Estado de São Paul tem uma televisão pública, a TV CULTURA... Hum, mas esta emissora, que vive graves problemas econômicos, cortou a verba para seus filhotes e também pouco mostra nossa região, inclusive reproduz matérias que a TV pública federal também reapresenta.

          Seria interessante que essas emissoras buscassem alternativas para mostrar o que caracteriza o atual momento econômico do país, de exportador de commodities agrícolas, de mostrar qual é o quarto maior mercado consumidor da América lusofônica, que começou o atual governo com dois ministros, Casa Civil e Agricultura, que caíram por casos de corrupção, que foi a imprensa que apurou e denunciou, aqui.

          A BBC, no Reino Unido, tem programas de abrangência regional produzida por ela mesma, o BBC News and Regional News, e o Look, que têm as derivações East-West, North e Midlands, as regiões administrativas britânicas.

          Na Itália, a RAI, há o TGR, que são pequenos blocos espalhados pela programação, mostrando as notícias das comunas.

           E na RTP, de Portugal, que é um pouco mais parecido com aqui, tem programação especial para Açores e Ilha da Madeira.

          Vale destacar que esses três exemplos são seguidos pela estatal brasileira. Mas, lá, essas emissoras são lideres de audiência, mantêm uma programação de alta qualidade, uma boa geração de imagens (exceto a RAI). Enquanto aqui ainda engatinhamos em audiência e temos imagem ruim.

          Mas, então, o que as diferenciam? Nos exemplos citados, quem produz a programação é a própria televisão pública, ao contrário daqui, onde fica a cargo das afiliadas, que vendem seus horários, o que é proibido, pois são fundações educativas. Além de a TV BRASIL parecer que ainda está nos anos 1950, quando o Rio de Janeiro ainda era capital do país, e ter uma programação própria regional apenas para os cariocas – prova disso é o Repórter RIO –, que, mesmo não mostrando em sinal analógico para nossa região, mostra para quem tem antenas parabólicas, ou seja, grande parte do país.

Leonardo Oliveira dos Santos
Estudante de Jornalismo
Ribeirão Preto/SP

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