sexta-feira, 15 de abril de 2011

Na hora da tragédia, o que perguntar?

          No último dia 7 de abril, um fato triste e chocante aconteceu no Rio de Janeiro. Um rapaz de nome Wellington entrou em uma escola municipal e atirou covardemente em crianças, matando 12 delas, ferindo outras 12 e se suicidando.

          As crianças mortas tinham entre 12 e 15 anos. Um fato que marcou o Brasil inteiro. Houve muita repercussão e jornalistas em peso fazendo a cobertura.

          Mas algo me intrigou muito: jornalistas de grandes telejornais mostraram muito despreparo na hora de cobrir o fato. Muitos fizeram perguntas desnecessárias, impertinentes e amadoras, como: “Você chorou?”, “Como você está se sentindo?” Por incrível que pareça, a segunda pergunta foi feita para a mãe de uma vítima.

          Sei que é impossível não se envolver emocionalmente nessa história, mas um bom repórter tem que ter preparo emocional e profissional e saber o que perguntar nesses momentos de tragédia, seja em grandes telejornais ou na imprensa local. Na região, é muito comum ver o repórter perguntar o óbvio ou algo que ele já deveria saber antes de começar a entrevista.

          E o que perguntar em um momento de tragédia?

          O que importa para o público é o que realmente aconteceu, e não o que está acontecendo no íntimo das vítimas. Por isso, temos que nos aprofundar em conhecimento, preparo e muita competência, para que, na hora de cobrir notícias trágicas, não apareçam pérolas e perguntas absurdas.

Cris Paulino
Estudante de Jornalismo
Ribeirão Preto/SP

Um comentário:

  1. Um dos pontos você está coberta de Razão, os jornalistas muitas vezes mostram muito despreparo antes das entrevistas, e acabam falando o que não devem. Más Cris mediante de um fato tão absurdo como esse, como será que deve ser uma ENTREVISTA? Acredito eu que alguns desses inúmeros jornalistas devem ter filhos, e acredito que eles formularam a mesma pergunta: "COMO?" Como separar o Profissionalismo com o Emocional?

    ResponderExcluir