quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Sem opção

          Nos últimos dias, diversos canais da região realizaram debates entre os candidatos ao cargo de prefeito em Ribeirão Preto. O melhor deles foi, sem dúvida, o da TV Record. No entanto, o que tem determinado o nível de qualidade dos debates é a preparação, ou melhor, a falta de preparação dos concorrentes.

          Assistimos à demonstração da falta de respeito para com os eleitores. Os oponentes da atual prefeita parecem ter-se aliado com o propósito único de derrubá-la, enquanto esta adotou a postura de desvencilhar-se das acusações e dizer que dará continuação às obras da cidade ou repetir as promessas de investimento da campanha anterior. Lamentavelmente, projetos novos e consistentes foram deixados de lado, em meio a tanta discussão, acusação e ironia.

          Ontem à noite, foi transmitido em tempo real o debate entre os candidatos à presidência dos Estados Unidos. Mesmo levando em conta a dimensão de uma eleição presidencial e as questões históricas que interromperam o desenvolvimento da política brasileira, admito, a contragosto, que, nesse aspecto, os norte-americanos estão bastante à frente de nós. Romney e Obama se empenharam e mediram forças através da argumentação, dando exemplo de preparação para uma candidatura.

          O formato do debate é completamente diferente. Há um tempo de 15 minutos para que os dois candidatos falem de educação, economia, déficit, desemprego, etc. Não precisaríamos seguir exatamente este modelo, mas extrair dele o que há de melhor e aplicar à nossa realidade.

          A desordem causada pelo número absurdo de partidos no Brasil, 30 ao todo, separados apenas por interesses pessoais e não sociais, contribui para candidaturas infames que jamais ganharão uma eleição. Estão apenas queimando dinheiro em campanhas ou fazendo-nos perder tempo na tarefa degradante de conhecer cada um deles?

          A falta de candidatos qualificados, aliada à obrigatoriedade do voto, reafirma uma questão a ser mudada em nossa cultura, o conformismo. Não escolhemos o melhor, optamos pelo “menos ruim”.

Susana Santos
Estudante de Jornalismo
Ribeirão Preto/SP

Um comentário: