quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Alguém precisa fiscalizar, e esse alguém somos nós

          Isadora, uma estudante de apenas 13 anos, insatisfeita com as condições da escola que frequenta, em Florianópolis, resolveu criar a página “Diário de Classe” na rede social Facebook, a fim de denunciar e resolver os problemas da instituição de ensino.

          O caso ganhou repercussão na mídia, inclusive nos grandes jornais. Através de sua iniciativa, várias outras surgiram por todo o Brasil. A maioria das pessoas tem apoiado sua atitude, porém, apesar do mérito da garota, não há motivos para comemorar e, sim, para se envergonhar.

          Uma sequência de erros no sistema despertou nessa estudante o desejo de melhorar, por iniciativa própria, as condições de sua escola. Erram os políticos por não cumprirem seu papel, deixando as escolas em estado de abandono e, depois, falham os jornalistas que deveriam fiscalizar o poder público, mas, obviamente, não o estão fazendo nesse caso.

          Relegar esse papel a alguém tão jovem é, além de vergonhoso, cruel. A estudante da 7ª série já precisou comparecer a uma delegacia para prestar depoimentos sobre os textos de seu blog. Não bastasse isso, na semana passada, uma de suas professoras apresentou queixa, por calúnia e difamação, contra ela.

          O Jornal A Cidade, de Ribeirão Preto, denunciou esta semana o caso de uma escola em Sertãozinho, na qual o teto do refeitório foi removido em período letivo. As autoridades alegam que havia infestação de cupins na estrutura. O reparo precisava ser feito, claro, mas sem prejudicar e expor os estudantes, que são obrigados a transitar pelo local em obras para chegar aos bebedouros.

          A mídia precisa se atentar a estes problemas e evitar que casos como o de Isadora se repitam. Não é raro ouvir alunos reclamando da estrutura das escolas que frequentam. Então, vamos cumprir nosso dever!


Susana Santos
Estudante de Jornalismo
Ribeirão Preto/SP

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