A região de Ribeirão Preto vive uma crise especial. Léguas e léguas longe de ser uma crise de mercado, ou financeira, bem longe do epicentro da crise que se instalou no velho continente. É uma crise silenciosa. Ela está lá, persiste, resiste aos chacoalhões que a história dá. Há quem diga que a crise existe para renovar algo, para dar novo fôlego.
Vivemos um paradoxo. No mesmo momento em que as empresas jornalísticas investem em infraestrutura, anunciam aquisições, expansão da área, vivemos uma crise emocional e profunda que faz alguns profissionais pensarem se vale mesmo a pena ser jornalista.
Uma crise se dá quando o sujeito se depara com uma situação que o faz parar para tomar uma decisão. Ruptura. É como se caminhássemos por uma via e nos deparássemos com um muro. Podemos dar meia-volta, pular o muro, sentar no chão e esperar o tempo, o paciente e onipresente tempo corroer a parede, esfacelar sua estrutura.
O paradoxo é que vivemos numa fase de expansão das empresas, contratações, investimentos, aliado ao desenvolvimento socioeconômico sustentável e nossa profissão vive uma crise de meia idade. Não sabe qual caminho tomar, em qual direção seguir. Afinal, se perguntam o que é jornalismo? Sim, esse absurdo questionamento ronda a mente de quem faz jornalismo aqui na região. Meu bisavô, lavrador, tinha, pela ciência dos afazeres, de semear a terra. O padeiro também sabe a função de sua profissão. Enquanto todos sabem a que vieram, nós nos perguntamos o que fazemos aqui. Típico dilema de ornitorrinco. Ora é ave, ora é réptil, ora mamífero.
O desconforto chega às universidades. Já começa logo quando o aluno se depara com disciplinas como assessoria de imprensa na grade curricular. Fora da academia, encontra profissionais que misturam publicidade e jornalismo. É o samba do “criolo doido”. Desorientados e sem perspectiva, passam a dançar conforme a música. Os que resistem são logo acusados de serem radicais. O termo radical está em voga nesses tempos. O radical de “radical” quer dizer raiz. Logo, ser chamado de radical não é tão ruim.
A nobre missão de proteger os mais fracos nesse cabo de guerra social deu lugar à manutenção do domínio de quem vive lá em cima. O sentimento de pertencimento ao poder dissipou os ares de “contrapoder” de outrora. Abraçaram de vez o neoliberalismo e, como diz o velho Mino, viraram amigos do patrão. Noticiar agora é divulgar o que quem está lá em cima quer. O fiscalizar simplesmente virou um “me engana que eu gosto”.
Mesmo neste cenário horripilante, tem muito jovem sonhador se empenhando a se tornar um grande jornalista “das antigas”. As universidades daqui estão cheias deles. Vejo os olhos brilharem nas aulas e aquela vontade de “botar a mão na massa”. Ideias brilhantes como a TV Unaerp, as web rádios, os jornais universitários e a força de vontade dos mestres movimentam a academia. Mas será que estão prontos a botar o dedo na ferida e mudar o panorama? Só podemos esperar.
Vivemos um paradoxo. No mesmo momento em que as empresas jornalísticas investem em infraestrutura, anunciam aquisições, expansão da área, vivemos uma crise emocional e profunda que faz alguns profissionais pensarem se vale mesmo a pena ser jornalista.
Uma crise se dá quando o sujeito se depara com uma situação que o faz parar para tomar uma decisão. Ruptura. É como se caminhássemos por uma via e nos deparássemos com um muro. Podemos dar meia-volta, pular o muro, sentar no chão e esperar o tempo, o paciente e onipresente tempo corroer a parede, esfacelar sua estrutura.
O paradoxo é que vivemos numa fase de expansão das empresas, contratações, investimentos, aliado ao desenvolvimento socioeconômico sustentável e nossa profissão vive uma crise de meia idade. Não sabe qual caminho tomar, em qual direção seguir. Afinal, se perguntam o que é jornalismo? Sim, esse absurdo questionamento ronda a mente de quem faz jornalismo aqui na região. Meu bisavô, lavrador, tinha, pela ciência dos afazeres, de semear a terra. O padeiro também sabe a função de sua profissão. Enquanto todos sabem a que vieram, nós nos perguntamos o que fazemos aqui. Típico dilema de ornitorrinco. Ora é ave, ora é réptil, ora mamífero.
O desconforto chega às universidades. Já começa logo quando o aluno se depara com disciplinas como assessoria de imprensa na grade curricular. Fora da academia, encontra profissionais que misturam publicidade e jornalismo. É o samba do “criolo doido”. Desorientados e sem perspectiva, passam a dançar conforme a música. Os que resistem são logo acusados de serem radicais. O termo radical está em voga nesses tempos. O radical de “radical” quer dizer raiz. Logo, ser chamado de radical não é tão ruim.
A nobre missão de proteger os mais fracos nesse cabo de guerra social deu lugar à manutenção do domínio de quem vive lá em cima. O sentimento de pertencimento ao poder dissipou os ares de “contrapoder” de outrora. Abraçaram de vez o neoliberalismo e, como diz o velho Mino, viraram amigos do patrão. Noticiar agora é divulgar o que quem está lá em cima quer. O fiscalizar simplesmente virou um “me engana que eu gosto”.
Mesmo neste cenário horripilante, tem muito jovem sonhador se empenhando a se tornar um grande jornalista “das antigas”. As universidades daqui estão cheias deles. Vejo os olhos brilharem nas aulas e aquela vontade de “botar a mão na massa”. Ideias brilhantes como a TV Unaerp, as web rádios, os jornais universitários e a força de vontade dos mestres movimentam a academia. Mas será que estão prontos a botar o dedo na ferida e mudar o panorama? Só podemos esperar.
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Brunno Vogah
Estudante de Jornalismo
Ribeirão Preto/SP
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